Como eu fiz dos eletrônicos meus aliadoselular como rastreador, tablet como plataforma de estudo e rede social para conhecer os amigos deles – no final, os “brinquedinhos” dos adolescentes podem ser bem úteis para os pais!
Por Adriana Teixeira 16/mar 00:52
Se você contabiliza as mesmas décadas que eu, deve se lembrar do seu pai ou da sua mãe mandando desligar o telefone em que adorávamos ficar “por horas e horas e horas...” Olha o impulso era a frase preferida, naquele tempo que cada minuto se contava pelos caríssimos impulsos pesando na conta do fim do mês. Essa imagem me vem à mente toda vez que vou reclamar com o João, hoje o adolescente da casa, do tempo que ele fica no computador ou no smartphone. Minha queixa não é pelo preço – mais justo do que naquele tempo e com a maravilhosa modalidade pré-paga, tão útil na educação financeira dos adolescentes. Queixo-me pelo quê, então?
Foi essa a pergunta que me fiz secretamente quando comecei a escrever este post, que iria se chamar POR QUE NÃO GOSTO DE ELETRÔNICOS... mas, peraí, não é verdade! Eu adoro eletrônicos e até lamento não ser mais esperta com os joguinhos. O que eu não gosto muito é do uso exagerado que nossos filhos querem fazer desses eletrônicos. Ou seja, de certa forma, estou me queixando como meus pais, que não entendiam por que eu tinha de ficar tanto tempo ao telefone. Mas, puxa, aquilo era vital na minha adolescência. Era o código da minha geração, minha forma de fazer parte. Para meu pai, não. Era só um telefone.
E hoje? Bom, pra mim aplicativo de mensagem é instrumento de trabalho. Eu, se preciso conversar longo, vou me encontrar pessoalmente. Se quero escrever comprido, mando email e não sms. E nunca, nunquinha, tenho uma conversa aberta em rede social. Já para meu filho, é diferente: ele não conversa longo, não escreve comprido e tem como padrão de diálogo o “blz?”, “tb”, “eae?” – traduzindo: “beleza?”, “também”, “e aí?”. Em outras palavras, para o uso abreviado das mensagens que precisa comunicar, até que faz uso inteligente dos eletrônicos: enquanto perde décimos de segundo teclando três letras, ouve música e baixa um aplicativo. Os eletrônicos, nas mãos dele, são chaves para vários mundos.
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E hoje? Bom, pra mim aplicativo de mensagem é instrumento de trabalho. Eu, se preciso conversar longo, vou me encontrar pessoalmente. Se quero escrever comprido, mando email e não sms. E nunca, nunquinha, tenho uma conversa aberta em rede social. Já para meu filho, é diferente: ele não conversa longo, não escreve comprido e tem como padrão de diálogo o “blz?”, “tb”, “eae?” – traduzindo: “beleza?”, “também”, “e aí?”. Em outras palavras, para o uso abreviado das mensagens que precisa comunicar, até que faz uso inteligente dos eletrônicos: enquanto perde décimos de segundo teclando três letras, ouve música e baixa um aplicativo. Os eletrônicos, nas mãos dele, são chaves para vários mundos.
Resisti a entregar-lhe a autonomia digital, confesso. Acho até hoje que falta segurança nessa área e que, infelizmente, as regras de controle para eventuais deslizes no ciberespaço ainda são muito, muito, inóspitas. O que fiz é o que nos cabe fazer: orientar. Dos detalhes simples como administrar créditos do celular, até explicar a grande confusão com a lei que acontece se, por exemplo, alguém fizer uso inapropriado do perfil virtual dele para difamar outra pessoa. Depois, a “luta” continua, porque uma vez equipados com tecnologia digital, eles sempre querem mais e todo-o-tempo-do-mund o não é tempo suficiente quando estão conectados – “só mais uma vida...”, e dá-lhe joguinho, enquanto é a vida deles que está passando! De novo, o que nos cabe fazer é orientar. Tempo demais no mundo virtual é tempo de menos no mundo real, costumo dizer. Por isso, apesar da autonomia de posse do equipamento digital, o uso é mediado. Quando eu acho que passou do tempo, ralho mesmo. É o repaginado bordão do “olha o impulso”...
De resto, aprendi a conviver com essa onda digital extremada e até tiro proveito. O celular, por exemplo, é um rastreador e tanto! Mas, claro, desde que nós, pais, usemos com moderação. Ligar toda hora é mico. Um torpedo discreto já dá um bom efeito. Outra coisa: de tempos em tempos baixo um aplicativo-cabeça no tablet deles – nessas, minha filha já aprendeu tabuada brincando e o João fez um tour pela história europeia. E, no lugar de ralhar quando não prestam atenção quando chamo para o jantar, segui o conselho de uma amiga: mando o recado online. ≠jantar na mesa @joao@bruna ...umas 10 vezes, é verdade, pra lotar a tela, mas funciona!
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